CRISTÃOS x JUDEUS | Jesus Destruiu a Lei?

27/10/2024

Introdução

  • Contexto histórico e religioso : A separação entre cristãos e judeus em relação à Lei de Moisés é uma questão antiga, que remonta aos primeiros séculos após a morte de Jesus. A base dessa discussão está nas diferentes compreensões de como a vinda de Jesus influenciou a Lei.
  • Propósito do artigo : Analisar se, de acordo com os Evangelhos e outras escrituras, Jesus "destruiu" a Lei, e discutir as implicações para a prática da fé de cristãos e judeus.

1. A Lei Mosaica e sua Importância no Judaísmo

  • Definição da Lei Mosaica : Compreende os 613 mandamentos (mitsvot) entregues por Deus a Moisés, abrangendo aspectos morais, civis e cerimoniais.
  • Função da Lei no Judaísmo : Servir como guia de vida, comportamento e relacionamento com Deus. Não é apenas um conjunto de regras, mas um pacto, ou seja, uma aliança de Deus com o povo judeu.
  • Interpretações sobre a Lei : A Lei é vista pelos judeus como eterna e imutável, um reflexo do caráter de Deus e, portanto, algo que não pode ser "revogado".

2. Jesus e a Lei Mosaica: Qual Era Seu Propósito?

  • Os ensinamentos de Jesus sobre a Lei :
    • Em Mateus 5:17, Jesus afirma: "Não quero que vim destruir a Lei ou os Profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir."
    • Cumprir versus destruir : O que significa "cumprir" a Lei? Jesus estava "destruindo" a Lei, ou redefinindo seu propósito?
  • Exemplos de interpretação e reinterpretação da Lei :
    • A questão do "olho por olho" versus o perdão e a misericórdia, como ensinados no Sermão da Montanha.
    • A prática do sábado e outras leis cerimoniais: Jesus desafia as interpretações estritas ao realizar curas no sábado, enfatizando o valor da vida humana sobre a implementação literal.

3. A Nova Aliança e o Papel da Lei no Cristianismo Primitivo

  • O conceito de Nova Aliança : Em Hebreus 8:13, o autor fala sobre a "velhice" da antiga aliança e introduz a ideia de uma Nova Aliança, onde a relação com Deus é baseada na fé em Cristo, e não na observância da Lei .
  • O papel dos apóstolos e a inclusão dos gentios : Os apóstolos, particularmente Paulo, argumentam que a salvação vem pela fé em Jesus e não pela Lei (Romanos 3:28).
  • Conselho de Jerusalém (Atos 15) : Decidiu-se que os gentios convertidos ao cristianismo não eram obrigados a seguir as leis cerimoniais do judaísmo, marcando um ponto de diferenciação prática entre as duas religiões.

4. Judeus e Cristãos: Diferentes Perspectivas sobre a Lei

  • Judaísmo : Para os judeus, a Lei permanece válida e é central para a vida religiosa e comunitária.
  • Cristianismo : Muitos cristãos veem a Lei como "cumprida" em Cristo, argumentando que Ele trouxe uma nova abordagem na fé e graça, não na estrita observância legal. Isso leva à prática de uma espiritualidade centrada na "lei do amor".
  • Debates entre cristãos messiânicos e cristãos tradicionais : Os cristãos messiânicos mantêm muitas práticas judaicas, argumentando que Jesus não revogou essas práticas, enquanto os cristãos tradicionais defendem que a Nova Aliança em Cristo libertou os cristãos da Lei Mosaica.

5. A Questão do Cumprimento da Lei: Argumentos Teológicos

  • Cumprir a Lei através do amor e da graça : Em Romanos 13:10, Paulo diz que "o amor é a aplicação da Lei". Esse entendimento redefine a Lei como princípios morais universais de amor e justiça.
  • Críticas e desafios teológicos : Alguns teólogos discutem se essa visão cristã representa realmente a intenção original dos ensinamentos de Jesus, questionando se Jesus teria sugerido uma ruptura total com a Lei ou uma reinterpretação.

6. Conclusão: Jesus Destruiu a Lei?

  • Resposta multifacetada : Jesus não destruiu a Lei; Ele reinterpretou e cumpriu sua essência ao destacar princípios de amor e misericórdia acima da observância literal. Para os cristãos, a Lei é vista através do filtro da Nova Aliança, enquanto, para os judeus, a Lei continua sendo uma aliança válida e sagrada.
  • Implicações para o diálogo inter-religioso : A compreensão da Lei de Moisés e da Nova Aliança continua sendo um dos pontos principais de discussão e divergência entre judeus e cristãos, mas também uma oportunidade para dialogar sobre princípios éticos e a busca de uma vida justa e amorosa .